Oitenta e Sete

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Oitenta e Seis

dezembro 9, 2011 Deixe um comentário

Eu ando na entresafra criativa. Não quero deletar mais este blog, hehe. Só que na onda dos clichês nao quero entrar. Não quero falar do Natal, das compras, papai noel, etc.
Fugir deste clichê é muito dificil pois é só ligar a tevêm, ir a qualquer loja, etc está lá, a neve fake, os enfeites fake, a felicidade munida de cartão de crédito e caixas de grifes famosas.
Mais do que isso, ter blog parece ter criado uma necessidade imensa de ter assunto o tempo todo – o que não é verdade.

Num tempo onde todos ficam nostálgicos e melancólicos – ou se entopem de capitalismo para fugir disso tudo – acho melhor terminar a noite tomando um café e lendo jornal num lugar que ninguém me ache…

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Oitenta e Cinco

novembro 1, 2011 Deixe um comentário

Texto de Nina Crintzs
Blog: http://purplesofa.wordpress.com/

Eu, o SUS, a ironia e o mau gosto
Há seis anos atrás eu tive uma dor no olho. Só que a dor no olho era, na verdade, no nervo ótico, que faz parte do sistema nervoso. O meu nervo ótico estava inflamado, e era uma inflamação característica de um processo desmielinizante. Mais tarde eu descobri que a mielina é uma camada de gordura que envolve as células nervosas e que é responsável por passar os estímulos elétricos de uma célula para a outra. Eu descobri também que esta inflamação era causada pelo meu próprio sistema imunológico que, inexplicavelmente, passou a identificar a mielina como um corpo estranho e começou a atacá-la. Em poucas palavras: eu descobri, em detalhes, como se dá uma doença-auto imune no sistema nervoso central. Esta, específica, chama-se Esclerose Múltipla. É o que eu tenho. Há seis anos.

Os médicos sabem tudo sobre o coração e quase nada sobre o cérebro – na minha humilde opinião. Ninguém sabe dizer porque a Esclerose Múltipla se manifesta. Não é uma doença genética. Não tem a ver com estilo de vida, hábitos, vícios. Sabe-se, por mera observação estatística, que mulheres jovens e caucasianas estão mais propensas a desenvolver a doença. Eu tinha 26 anos. Right on target.

Mil médicos diferentes passaram pela minha vida desde então. Uma via crucis de perguntas sem respostas. O plano de saúde, caro, pago religiosamente desde sempre, não cobria os especialistas mais especialistas que os outros. Fui em todos – TODOS – os neurologistas famosos – sim, porque tem disso, médico famoso – e, um por um, eles viam meus exames, confirmavam o diagnóstico, discutiam os mesmos tratamentos e confirmavam que cura, não tem. Minha mãe é uma heroína – mãos dadas comigo o tempo todo, segurando para não chorar. Ela mesma mais destruída do que eu. E os médicos famosos viam os resultados das ressonâncias magnéticas feitas com prata contra seus quadros de luz – mas não olhavam para mim. Alguns dos exames são medievais: agulhas espetadas pelo corpo, eletrodos no córtex cerebral, “estímulos” elétricos para ver se a partes do corpo respondem. Partes do corpo. Pastas e mais pastas sobre mesas com tampos de vidro. Colunas, crânio, córneas. Nos meus olhos, mesmo, ninguém olhava.

O diagnóstico de uma doença grave e incurável é um abismo no qual você é empurrado sem aviso. E sem pára-quedas. E se você ta esperando um “mas” aqui, sinto lhe informar, não tem. Não no meu caso. Não teve revelação divina. Não teve fé súbita em alguma coisa maior. Não teve uma compreensão mais apurada das dores do mundo. O que dá, assim, de cara, é raiva. Porque a vida já caminha na beirada do insuportável sem essa foice tão perto do pescoço. Porque já é suficientemente difícil estar vivo sem esta sentença se morte lenta e degradante. Dá vontade de acreditar em Deus, sim, mas só se for para encher Ele de porrada.

O problema é que uma raiva desse tamanho cansa, e o tempo passa. A minha doença não me define, porque eu não deixo. Ela gostaria muitíssimo de fazê-lo, mas eu não deixo. Fiz um combinado comigo mesma: essa merda vai ter 30% da atenção que ela demanda. Não mais do que isso. E segue o baile. Mas segue diferente, confesso. Segue com menos energia e mais remédios. Segue com dias bons e dias ruins – e inescapáveis internações hospitalares.

A neurologista que me acompanha foi escolhida a dedo: ela tem exatamente a minha idade, olha nos meus olhos durante as minhas consultas, só ri das minhas piadas boas e já me respondeu “eu não sei” mais de uma vez. Eu acho genial um médico que diz “eu não sei, vou pesquisar”. Eu não troco a minha neurologista por figurão nenhum.

O meu tratamento custaria algo em torno de R$12.000,00 por mês. Isso mesmo: 12 mil reais. “Custaria” porque eu recebo os remédios pelo SUS. Sabe o SUS?! O Sistema Único de Saúde? Aquele lugar nefasto para onde as pessoas econômica e socialmente privilegiadas estão fazendo piada e mandando o ex-presidente Lula ir se tratar do recém descoberto câncer? Pois é, o Brasil é o único país do mundo que distribui gratuitamente o tratamento que eu faço para Esclerose Múltipla. Atenção: o ÚNICO. Se isso implica em uma carga tributária pesada, eu pago o imposto. Eu e as outras 30.000 pessoas que tem o mesmo problema que eu. É pouca gente? Não vale a pena? Todos os remédios para doenças incuráveis no Brasil são distribuídos pelo SUS. E não, corrupção não é exclusividade do Brasil.

O maior especialista em Esclerose Múltipla do Brasil atende no HC, que é do SUS, num ambulatório especial para a doença. De graça, ou melhor, pago pelos impostos que a gente reclama em pagar. Uma vez a cada seis meses, eu me consulto com ele. É no HC que eu pego minhas receitas – para o tratamento propriamente dito e para os remédios que uso para lidar com os efeitos colaterais desse tratamento, que também me são entregues pelo SUS. O que me custaria fácil uns outros R$2.000,00.

Eu acredito em poucas coisas nessa vida. Tenho certeza de que o mundo não é justo, mas é irônico. E também sei que só o humor salva. Mas a única pessoa que pode fazer piada com a minha desgraça sou eu – e faço com regularidade. Afinal, uma doença auto-imune é o cúmulo da auto-sabotagem.

Mas attention shoppers: fazer piada com a tragédia alheia não é humor, é mau gosto. É, talvez, falha de caráter. E falar do que não se conhece é coisa de gente burra. Se você nunca pisou no SUS – se a TV Globo é a referência mais próxima que você tem da saúde pública nacional, talvez esse não seja exatamente o melhor assunto para o seu, digamos, “humor”.

Quem me conhece sabe que eu não voto – não voto nem justifico. Pago lá minha multa de três reais e tals depois de cada eleição porque me nego a ser obrigada a votar. O sistema público de saúde está longe de ser o ideal. E eu adoraria não saber tanto dele quanto sei. O mundo, meus amigos, é mesmo uma merda. Mas nós estamos todos juntos nele, não tem jeito. E é bom lembrar: a ironia é uma certeza. Não comemora a desgraça do amiguinho, não.

[Na semana deste post houve uma polêmica sobre pessoas que ao saberem do problema (um câncer detectado na garganta) pediam para ele ou morrer ou se tratar no SUS]

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Oitenta e Quatro

setembro 26, 2011 Deixe um comentário

no Inverno de SPaulo”]
Dias Paulistanos
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Oitenta e Três – R.E.M – Fim de Uma Era

setembro 25, 2011 Deixe um comentário

 

 

 

 Extraido de  http://screamyell.com.br/

Texto de Ismael Machado

“Eu sei que vou vê-los no futuro. Assim como eu sei que verei todos os que nos seguiram e nos apoiaram ao longo dos anos. Mesmo que seja só no corredor de vinil de sua loja de discos local, ou de pé na parte de trás de um clube assistindo a um grupo de rock de garotos de 19 anos tentando mudar o mundo”.

À parte a possibilidade de clichês que confundem mais do que explicam no universo da música pop e, mais particularmente, no universo do rock and roll, a frase de Peter Buck, guitarrista do R.E.M., insere-se, talvez num dos momentos mais significativos vividos pela música nas duas últimas décadas, pelo menos. O ‘enciclopédico’ guitarrista da banda fez com que fãs no mundo inteiro derramassem pelo menos uma lágrima emocionada com essa despedida que é, ao mesmo tempo, uma profissão de fé no rock and roll como impulsionador de vidas.

Na quarta-feira, 21 de setembro, o R.E.M. apagou os holofotes, desligou as tomadas e saiu do palco. Encerrou uma das carreiras mais consistentes já vistas na música pop. Os últimos dois discos da banda, “Accelerate” (2008) e o ainda recente “Collapse Into Now” são testemunhos vivos de que não estava havendo ainda um desgaste criativo no R.E.M.

E isso não é pouco.

Foram 31 anos de carreira. A banda iniciou em 1980, em Athens, Geórgia. Nenhum daqueles rapazes tinha a cara e o jeito de roqueiros na plena acepção da palavra (como Wilco e Decemberists atualmente). Michael Stipe era fã de Patti Smith. Quando se uniram, trouxeram cada um, o que de melhor pode haver em referência pop. Beatles, punk, Beach Boys, Velvet Underground, Byrds, folk e country, Leonard Cohen, glam rock. Tudo bem empacotado e assimilado.

Peter Buck era chamado pelos amigos de enciclopédico porque conhecia todos os riffs possíveis dos clássicos do rock. Um ano depois de formada a banda veio “Murmur”, o primeiro disco, lançado por uma gravadora independente, a IRS. O disco que começava com “Radio Free Europe” já era uma das melhores cartas de intenção que se pode ter. Adotado pelas rádios universitárias, comuns nos Estados Unidos, o R.E.M. deu sentido, pela primeira vez, à palavra rock alternativo.

Era uma alternativa musical a excessos, grandiloqüências, pasteurizações. Em alguma esquina da vida Byrds encontrava o Clash, observados com benevolência pelos Beach Boys. É tocante ver a banda nesse período inicial em programas de televisão, com Stipe ainda buscando dominar o palco, algo que ele faria com um carisma incomum, anos mais tarde. E ver Peter Buck, sacolejando, pulando, tentando ser ao mesmo tempo blasé e Pete Townsend.

Vieram outros discos nessa mesma linha, como “Fables of Reconstruction” e “Life’s Rich Pageant”, quando o R.E.M. foi colocado na mesma prateleira de algo que era definido como ‘New Rock’. Elogiados, paparicados pela crítica, descobertos por um público cada vez mais ávido, o R.E.M. sentiu o baque. Em “Talk About the Passion”, um dos primeiros clássicos, Stipe derrama-se: “Nem todo mundo aguenta o peso do mundo / Nem todo mundo aguenta o peso do mundo / Quanto, quanto, quanto tempo?

É necessário respirar. É necessário preservar o que de intacto há no sonho. E, como a Legião Urbana fez logo depois do estrondoso sucesso dos dois primeiros discos, o R.E.M. foi buscar no passado a pausa certa. O arquivo de cartas mortas de “Dead Letter Office’ traz versões para Velvet, Aerosmith, Pillon, brinca com rascunhos de canções, flerta com a surf music. A encruzilhada estava ali, pronta a engolir a banda.

Mas veio o canto de cisne dessa primeira fase. Como se fosse o “primeiro ano do resto de nossas vidas”, o R.E.M. lançou em 1987 “Document”, o último independente. O primeiro da nova fase que viria a seguir. Coeso, intenso, enxuto e dinâmico, o disco traz clássicos instantâneos como “King of Birds”, “Finest Worksong” e as duas arrasa-quarteirões, “The One I Love”, inspirada, segundo Stipe, nos Smiths e “It’s the End of The World…”, uma das melhores canções já feitas para se encerrar um show.

O mundo pop quedou-se diante do R.E.M. O disco foi escolhido por muitas publicações como o melhor do ano. E então surgiu a Warner. Seria o fim do baluarte dos independentes? Essa era uma questão que jornalistas musicais se colocavam. A resposta só veio dois anos depois. “Green”, o disco de transição, o primeiro por uma grande gravadora. Disco de preciosidades ocultas como “World Leader Pretend” e de clássicos como “Orange Crush”.

O R.E.M. fincava terreno. Mantinha convicções democratas, defendia os índios, alfinetava a política norte-americana. Mas não se esquecia das canções. E enquanto a década findava, e os anos 90 iniciavam, o R.E.M. lançou dois dos melhores discos da história do rock. “Out of Time” e “Automatic for the People” levaram a banda a outro patamar. Ia embora, definitivamente, a adolescência e entrava a maturidade.

“A vida é maior do que você e você não sou eu / Os caminhos por onde irei / a distância em seus olhos / Oh, não, eu falei demais/ Eu causei tudo isso…(…) Aquele sou eu no canto / aquele sou eu sob os holofotes / perdendo minha religião / tentando te acompanhar / e eu não sei se eu consigo fazer isso”, cantava a banda em “Losing My Religion”. E qual seria essa religião que estava sendo perdida? “Eu pensei ter ouvido você rindo / Eu pensei ter ouvido você cantar / Eu pensei ter visto você tentar”

Quando dizia “estou escolhendo minhas confissões”, é como se Stipe estivesse percebendo o que deve ser feito e dito e o que é para ser evitado nas luzes e cores da fama. “Out of Time” é um disco denso, deslocado no tempo. As canções são mais pungentes, há mais espaços para órgãos, violinos, bandolins. Stipe começa a mostrar do que é realmente capaz como vocalista em canções como “Country Feedback”. “Nós viemos de falsos colapsos, de mágoa pessoal, de coleções de auto-ajuda, dor pessoal…” e manda um sonoro ‘fuck off’, para dizer depois que tinha o controle, mas perdeu a cabeça… e que era louco pensar no que se poderia ter tido.

Em “Half a World Away”, o lamento é mais intenso. “Este poderia ser o pôr do sol mais triste que já vi… Minha mente está correndo, como sempre… Minhas mãos cansadas, meu coração dói… estou metade do mundo longe, aqui”. Os sussurros e gritos de dor e fúria encontram eco. As turnês se multiplicam. A banda ganha ares de primeiro escalão. O público cai de joelhos ao ‘novo’ R.E.M. Há perplexidade nisso tudo. Mas o melhor ainda estaria por vir.

Esse melhor atende por “Automatic for The People”. O disco que, entre outras coisas, traz “Drive”, “Everybody Hurts”, “Find The River” e “Man on The Moon”. Só isso já o qualificaria como clássico absoluto. “Everybody Hurts” parece direcionada ao R.E.M. de dois, três anos atrás. Afinal, todos sofrem, todos se sentem sós, mas há sempre a possibilidade de amigos, de um novo começo. Nunca Stipe cantou tão bem. E nos palcos, a banda ganha consistência, forja os melhores shows que se pode imaginar.

Mas a estrada cobra pedágio. Foram turnês atrás de turnês. Dois anos seguidos na estrada. O resultado em disco é “New Adventures in Hi-Fi”, logo depois do ‘sujo’ “Monster”, a versão R.E.M. para o grunge. Há, entre tantas guitarras distorcidas, a singeleza de “Strange Currencies”, a que diz “Eu tropecei e caí, mas será que morri?”

Poucas bandas souberam cantar o amor como o R.E.M. E pense no amor como o que você quiser pensar. Mas é Stipe quem sussurra, lento: “E eis meu apelo: Preciso de uma chance, uma segunda chance, uma terceira chance e uma quarta / uma palavra, um sinal, um aceno, um suspiro / apenas pra me iludir, pra me pegar, pra transformar em realidade essas palavras, Você será minha!”. Sejamos feitos do mais frio aço para não sucumbirmos a isso. A não sermos tocados nesse momento.

As letras de Stipe nesta fase ganham qualidade maior. Estão mais maduras. Falam de relacionamentos fracionados, de fraturas de sentimentos, de desencanto com a esfera pública. Em “Be Mine” ele canta: “que se você me fizer sua religião / eu te darei todo o espaço que precisar / eu vou inalar sua respiração / eu serei a taça, caso você sangre”.

Ou em “New Test Laper”, em que Stipe mostra que entende sobre relacionamentos a dois. “Quando eu tentei contar minha versão da história / eles me cortaram, entrou o intervalo / fiquei em silêncio durante cinco comerciais / eu não tinha mais nada a dizer”. Experimente olhar para o parceiro ou para a companheira ao lado e não se identificar com isso.

Desgaste também na banda. Bill Berry, o baterista, sofre um aneurisma. Decide sair da tormenta de turnês e gravações. Recolhe-se em uma fazenda. O trio que sobra sente o baque. Volta depois com o subestimado “Up”. Mas como achar ruim um disco que tem “At Most My Beautiful”, “Walk Unfraid”, “Why Not Smile”. Como? Tente escrever algo assim: “No meu momento mais bonito / Eu conto seus cílios, secretamente / a cada um, sussurro “eu te amo” / E deixo você dormir / Eu sei que você está me vigiando de olhos fechados, ouvindo. Pensei ter visto um sorriso”. Apenas tente.

Se os anos 80 foram de afirmação, os 90 de consolidação e maturidade, os anos 2000 encontraram o R.E.M. num desafio. Manter-se relevante. Manter-se alerta contra a indulgência a si próprio. A banda conseguiu. Mesmo que haja críticas a “Reveal” e “Around The Sun”, há ali canções que mais da metade das bandas pop do mundo não conseguiram produzir em toda a carreira. “Eu costumava pensar, como os pássaros voam / Eles cantam pela vida, então por que não podemos? Nós nos apegamos a isso e reivindicamos o melhor / Se isso é o que você está oferecendo / Eu vou pegar a chuva, eu vou pegar a chuva”, diz “I’ll Take The Rain”.

O anúncio do fim do R.E.M. é um daqueles momentos que serão preservados para os fãs mais antigos da banda, aqueles que cresceram com eles, como um sinal de que o tempo, inexorável, vai pedindo passagem, corroendo antigos sonhos, transformando outros, modificando nossos próprios passos, trazendo angústias e certezas. É a nossa vida, afinal de contas, ou como a banda canta: “Levante-me, levante-me, eu atinjo meu sonho / Eu me perdi, me perdi deles / Dor de cabeça me chamando / Eu me perdi em tristeza / Eu me perdi em dor / Eu me perdi em gravidade / Memória, deixa, deixa, deixa”.

– Ismael Machado é repórter especial do Diário do Pará e está lançando o livro “Sujando os Sapatos – O Caminho Diário da Reportagem”.

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Oitenta e Dois

setembro 15, 2011 Deixe um comentário

“Devemos buscar a perfeição na criação, na vocação, no amor, no prazer. Mas tudo isso no campo individual. No coletivo, não devemos tentar trazer a felicidade para toda a sociedade. O paraíso não é igual para todos.”

Mário Vargas Llosa

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Oitenta e Um

setembro 15, 2011 Deixe um comentário

Após quase dois anos de volta à SPaulo percebo que muita coisa boa ficou para trás em Belo Horizonte. Mesmo viajando, indo para Buenos Aires, Fortaleza, Rio de Janeiro, Goiânia, Salvador… E não é que não gosto mais daqui, muito pelo contrário, mas a grandiosidade da cidade torna as pessoas muito duras, rudes… Fechadas em si mesmas.

Ainda tenho muito tempo por aqui pois muitas coisas só posso fazer aqui em SP. Mas acordar pela manhã e ver o Sol, caminhar até o trabalho – impossível aqui, tomar café sem pressa, essas coisas aparentemente idiotas mas que lá eram tão boas me dão muitas saudades de Belo Horizonte…

 

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Oitenta

setembro 8, 2011 Deixe um comentário

[Após Dias Sem Postar]

Estava fazendo faxina em casa e difícil não ter nostalgia dos tempos analógicos. Fitas k7, cds, LPs, fitas VHS… Sim, sou desse tempo. E olhe, não serei hipócrita de dizer que não uso os novos recursos e mídias. Mas já falei isso antes e repito, ando extremamente cansado e toda essa tecnologia. No metrô é gente twitando, postando no Facebook o café que vai tomar, postando em foursquare o restaurante que vai comer, a roupa que vai usar.

Sério, não me interesso onde você anda. Mesmo. Se você me falar pessoalmente sim eu me interesso. Mas todo mundo hoje em dia adora dizer tudo que faz, tudo que ouve, etc.

E , ouvindo as velharias sonoras, essa maldita nostalgia infesta a sala de casa de forma deliciosamente bem vinda. “Candy” do Iggy Pop em vinil, “Inside Out” do Might Lemon Drops em K7, “The Way” do Fastball em cd… Tinha esquecido como é bom assobiar enquanto se varre o chão, enquanto se faz macarrão alho e óleo e cantarolando sem fazer nada na varanda de casa vendo a noite cair.

 

sim, deve ser estúpido mas ainda é muito para mim.

 

 

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Setenta e Nove

What I want
Is what I hope to find
But I drift up in the air
See the trees
Way up in the sky
That is where I plan to make my stationSo panic on
You really panic on
But I don’t need no confrontationHad a light
One night in the dark
It won’t show you too much of the future
Let it go
Let it fall behind
I would never call on human nature

So panic on
You really panic on
But I don’t need no confrontation

de http://www.vagalume.com.br/madder-rose/panic-on.html#ixzz1TjGwJOPb

 
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Setenta e Oito

muito se fala / pouco se ouve / muito se diz / pouco se escuta / eu morri mil vezes / mas sempre fiquei aqui / ali / sempre fiquei preso no monolito preto / e no vidro da janela escrevi ‘atmosferas’ / mas não sabia porque fiz aquilo /

eu ja tive uma vida solene e caminhei por milhas e milhas longe de casa / e dancei sozinho com fones de ouvido divididos com outra orelha por uma noite numa casa perto do lago / uma canção que falava de pessoas e segredos /

acho que ontem pensei em ti…  [andy]

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